segunda-feira, março 22, 2010

Gosto de sentir a minha língua roçar a língua de Luís de Camões

Língua,
Caetano Veloso


Entrei no ônibus rumo à Lagoa Rodrigo de Freitas, onde deveria entregar um envelope, e encontrei uma amiga. No balanço da condução, distrai-me com a conversa e desci um ponto depois.

Havia tempo e estava um lindo dia de sol, resolvi então aproveitar e passeei por entre as árvores olhando a mansidão da lagoa... e os rapazes jogavam bola, as crianças brincavam e o casal apaixonado pedalava.

Parei num quiosque e pedi uma água de coco Sentei-me numa das cadeiras e, saboreando a água gelada e docinha, sentia o vento fresco na pele e o cheiro de mato. Já ia esquecendo da vida quando os pequenos insetos, parte da fauna, me fizeram lembrar que era hora de ir...


O que vocês sentiram lendo esses parágrafos?

Então; eu sempre disse, com um certo orgulho, que escrevo como falo, até que, quando conheci a Mari ela me disse que eu era mais calma do que parecia nos posts...

A escolha das palavras dá tons diferentes às situações. Descobri que a palavra escrita me atrai demais, e eu não a valorizava tanto. A palavra falada também é legal, mas a palavra escrita tem um efeito mágico...

Não estou falando de livros famosos, tampouco acho que todo mundo se sente assim. Mas tenho me deixado levar pela leitura de coisas boas, e quanto mais as leio por aí, melhor me sinto durante o dia!

Hoje quero ser como diz o perfil do André no seu blog, que aliás está abandonadinho...

"Uma mulher que gosta mais de imaginar como a vida poderia ser do que aguentar ela como é."

Eu sei que, como passo muito tempo sozinha, percebo, analiso e sinto muita coisa, o que talvez não acontecesse se eu estivesse acompanhada. Sozinho a gente pensa mais é claro!

Voltando aos parágrafos, se eu fosse apenas relatar o que houve, seria assim:

Domingo retrasado eu tive que ir na Lagoa deixar um documento na portaria do prédio onde mora uma cliente. Peguei o 473 e encontrei uma amiga. Ficamos de papo e eu desci no ponto errado!!

Que bosta! Andei à beça, mas como não tinha hora marcada, fui tomar uma água de coco. Logo que sentei, os mosquitos começaram a zanzar na minha cara, bebi a água, levantei e fui embora.


Melhor deixar como está lá no começo né??

5 comentários:

Cris Medeiros disse...

ahahaha! Sua versão do texto foi engraçada... rs

Quando li o texto que começa o post senti como foi no meu sábado... Que eu saí pra visitar minha mãe e depois peguei uns caminhos diferentes pra chegar na minha casa... E fui me deliciando com tudo. Tem dias que a gente se sente bem assim. Disponível pra vida...

Beijocas

Patty (PPM) disse...

(rsss)
Pati; esse seu jeito escrachado de postar é impagável. Gostaria muito de ser assim, mais direta em meus posts também. Mas não tem jeito, sou prolixa!
Bjo

PS: Passe lá no VENTURAS qualquer hora dessas.

Furlan disse...

Adorei! Não acho que uma versão seja melhor que a outra; trata-se apenas de estilos diferentes. Neste exato momento, eu prefiro a sua.
Abraço de duas asas!

Rubi disse...

Sem duvida, como dizia num blogue por ai, perspectiva e' tudo. Beijos

Sílvia disse...

Confesso que no primeiro texto fiquei como uma certa inveja de você... Fiquei com vontade de visitar o Rio de novo e tudo o mais.

Mas, na segunda versão, ri até... Gostei da postagem!

Um abraço!