Bohemian Rhapsody
Queen
Relações humanas são jogo de interesse. O que eu tenho prá lhe oferecer é o que derterminará o tamanho da atenção e "amor" que você irá me dar.
Isso vale para qualquer relação, familiar, profissional, amorosa. Não importa se é o estranho que pede esmola na rua, ou se é seu pai, sua mãe, seu filho, seu marido, seu patrão, seu funcionário.
Não quero generalizar, não devia generalizar, não tenho o direito de generalizar. Sei que nem todos os seres humanos são assim, e portanto eu me sinto um péssimo exemplar prá atrair esse tipo de ser humano.
Sem querer bancar a pobrezinha, talvez o kardecismo ou budismo ou qualquer filosofia reencarnacionista explique o porque eu que me vejo como uma pessoa movida a sentimentos e sensações e só atraia gente interesseira, gente que vincule a relação ao que o outro tenha para oferecer.
Meu filho de 13 anos agiu como a maioria das pessoas com quem me relacionei até hoje, meu filho desrespeitou meu esforço material e cuspiu no amor que eu dedico a ele. Meu filho agiu como o pai dele.
Jogou toda a comida que eu deixei fora, porque ele teve vontade de comer outra comida que eu fiz e pedi que ele esperasse à noite para comermos juntos com batinha frita que eu ia fazer...
Todo mundo vê pela rua pessoas que quase matariam por um prato de comida. O mesmo prato que ele deliberadamente jogou no lixo para satisfazer sua vontade que não podia aguardar por mais cinco horas. Ele tem 13 anos... é ele tem 13 anos, agiu como se tivesse dois...
Eu que sou grossa feito um apito de navio, revidei, dei uma surra, gritei que não quero o amor dele, mas antes o respeito, porque amor eu nunca recebi de nenhum familiar mesmo, foda-se, quero respeito ao que eu me sacrifico prá fazer por nós dois. A escolha foi minha, quem pariu fui eu, mas eu exijo respeito. Dele e de qualquer um.
4 comentários:
Prezada Jade,
li este seu post e me parece haver voltado ao passado: eu e minha mãe. Eu a admirava e detestava, ao mesmo tempo. Era minha heroína e minha bandida, eu seu idólatra e iconoclasta. Os sentimentos eram antagônicos, os conflitos e o amor viviam juntos - paixão e desespero (e paixão não é desespero?). Amávamo-nos e nos odiávamos com a força hercúlea da sem-razão. Tudo assim edípico e pouco explicado. Era um oxímoro de sentimentos, o acme de qualquer antítese, e assim fomos crescendo juntos.
Demorou para eu aprender que minha mãe também era criança, e que aprendia junto comigo, e que evolvíamos combinando os passos, e que ela errava em momentos em que não deveria errar, e que eu errava em momentos em que ela não queria que eu errasse.
No fundo, éramos Narciso e lago, um do outro: eu debruçado sobre o lago cristalino dela, ela sobre o meu, um vendo no outro apenas a si mesmo. Quando Narciso toca as águas plácidas, elas se mexem e o que se vê do outro lado é o quê? Para nós (eu e minha mãe), tocar as águas representava desfazer a própria imagem e ver a do outro, o outro-eu real. Eu não era ela, ela não era eu mesmo, e tínhamos de aceitar isso. Mais ainda, respeitar isso.
Difícil. E até hoje é difícil. A mesma criança que Jung diz ser a garantia de nosso equilíbrio emocional, e que vai conosco até a tumba, é a criança que nos faz passar por esses contratempos.
Desculpe-me se escrevi demais, mas o tema me comoveu. Vi-me fazendo birra com minha mãe, e ela magoadíssima comigo. Nossa diferença de idade é 27 anos, mas desde que me lembro de mim me parece que eu e ela somos coleguinhas de escola (escola da vida). E não acho que sejamos menos, por causa disso.
Amplexos afetuosos do Simão!
É a primeira vez que venho aqui e não quero em intrometer, porque criação de mãe cada uma sabe da sua e nem te conheço também.
Mas digo que se ouvisse da minha mãe que ela não quer meu amor e sim o meu respeito, ficaria muito magoada.
Bjitos!
Querida J@de: Você é um furacão de mulher, que força você tem, fico até sem fôlego de ler o que escreve aqui, espera lá, deixa me recuperar...uff. Entendo seu sentir, filhote de 13 anos é parceria difícil com certeza e tem toda a razão em querer estar muito atenta à educação dele.E isso implica por vezes brigar, ralhar, tudo bem. Mas não gostei de uma frase que você diz e lhe peço que procure não dizer, nem mesmo só para dentro do seu coração: não diga que ele agiu como o pai, por pior que o pai tenha agido consigo ou com ele. Não o compare com ninguém pois ele é ele próprio e mais ninguém. Ele reconhecerá seu amor e seu sacrifício mas não os use como arma nem peça nada em troca. Amor e sacrifício são inerentes à condição de mãe e pai, são até inerentes à vida, acho eu.O menino vai errar muitas vezes mas ele vai acertar muitas mais, educa o guri mas dá crédito para ele também.E aproveita a maravilha que é ter um filho; qualquer que seja o geito dele, é uma dádiva divina, digo eu que sou muito mais velhota do que vocês que andam por aí me chamando de mamãe virtual, eheheh!
Beijão mãe J@de, para você e seu guri. Vai lá fazer um carinho nele, vai.Conversa com ele. Abraça também que ele e você estão precisando de abraço.
Eu gosto do seu geito, sabe J@de? Bem diferente do meu, mas gosto, de verdade.
Ter filho na adolescencia requer muita psicologia. Das duas uma: ou a mãe/pai dão um breque nas atitudes erradas dos filhos, exatamente pensando na formação do caráter e espiritualidade dos mesmos, ou os pais fecham os olhos e deixam eles fazerem o que quiser e falar o que quiser. Sendo a 2o opção mais fácil, porém com um risco enorme, acho que a sua atitude foi de uma mãe de verdade, que enfrenta a situação de frente.
Assim como a Emilia, creio que talvez o seu filho não tenha agido que nem o pai, mas que nem o Zé, o Antônio, o Pedro, o João, etc, etc, etc. Não dá para fazer comparações não. Só porque o pai não foi lá grandes coisas na sua vida, não significa que o Gabriel não de trará muito orgulho na vida.
Postar um comentário